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ANÁLISE - Halo Infinite (Campanha)

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Os dois últimos anos foram algo estranhos, acho que é fácil concordar com esta afirmação. O mundo virado de pernas para o ar, meio paralisado, e obviamente a indústria dos jogos não passou incólume a isto. Projetos cancelados, outros lançados num estado lastimável e no meio disto Halo Infinite, com uma primeira revelação que deixou a internet em estado de sitio (em abono da verdade não é preciso muito). Claro que tinham passado então 5 anos desde o desastre que foi Halo 5, a pandemia não seria a culpada mas, depois do lançamento complicado do Master Chief Collection, do divisivo Halo 4 e do odiado Halo 5, só o mais otimista dos otimistas iria estar confiante que Infinite - entretanto adiado para 2021 - iria ser um triunfo, com a equipa a lutar para entregar um bom jogo nesta nova situação de trabalho a partir de casa e caos pandémico.  Com o aproximar da data de lançamento, foram aparecendo as betas do  multiplayer  que revelaram uma jogabilidade sólida, mas jogabilidade nunca foi  pro

ANÁLISE - The Wild at Heart

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  Mais um mergulho no desconhecido com o Game Pass, mais uma surpresa agradável. Desta vez na forma de uma aventura de duas crianças, Wake e Kirby, que tendo fugido de casa entram num mundo mágico onde vão enfrentar os problemas que os levaram a fugir em primeiro lugar. Para quem conhece Pikmin o modelo de jogo é semelhante, na forma como as nossas personagens controlam um grupo de criaturas, usando-as para desbloquear áreas e combater inimigos, usando para isso as diferentes características individuais de cada espécie. The Wild at Heart começa por causar uma forte impressão pela qualidade da sua música e incrível direção artística, algo que vai acompanhar de forma consistente esta aventura até aos seus momentos finais. Musicalmente temos uma banda sonora muito tranquila, com sintetizadores etéreos e melodias discretas, quase que a embalar-nos, transportando-nos para este plano onírico de bosques mágicos e seres surreais. Visualmente, desde o desenho do mundo, a todas as personagens co

ANÁLISE - Outriders

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  Outriders surgiu um pouco do nada, l ooter shooter é um género pelo qual tenho pouco interesse, por invariavelmente me aborrecer de morte, mas com a noticia de que iria fazer parte do Game Pass decidi então, sem grande entusiasmo, dar-lhe uma hipótese. O facto de ser desenvolvido pelo estúdio People Can Fly também não me inspirou grande confiança, ou interesse, sendo Gears of War: Judgement um jogo que falhou em deixar qualquer marca e que é, na generalidade, considerado o pior da série. Mas talvez por partir com tão baixas expectativas acabei por criar as condições ideais para ser surpreendido. Será? Outriders não tem medo de tomar o seu tempo a construir o mundo, apresentar personagens e criar fundações antes de apresentar o jogador ao combate. Não vou dizer que isto é uma história que vai ficar para os tempos como um marco, ou que vamos para sempre recordar com saudades os seus personagens mas, dependendo do sucesso comercial, pode até vir a ter impacto na cena dos looter shooter

ANÁLISE - Narita Boy

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A grande revolução digital trouxe mudanças profundas no mundo da arte e do entretenimento, com a democratização dos canais de distribuição a permitir que jogos feitos por pequenas equipas tenham paridade de acesso aos mercados com os grandes lançamentos AAA. Significa isto que inevitavelmente haverá mais lixo a circular mas, significa também que, aqueles que desejam realmente alcançar algum sucesso comercial têm de fazer por isso e encontrar formas de se destacar. Criou-se assim terreno fértil para a criatividade e o meio indie tornou-se numa fonte quase inesgotável de ideias em franco contraste com lançamentos onde as grandes corporação investem centenas de milhões de dólares - metade desse dinheiro na repetição ad nauseum de sequelas, a outra metade em campanhas de marketing para nos convencer que só eles existem. Por outro lado, e como em tudo, a vasta cena indie também tende para uma certa cristalização de ideias, sendo que Narita Boy encaixa que nem uma luva dentro do género de j

ANÁLISE - Genesis Noir

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Conforme fui reunindo algumas ideias sobre Genesis Noir, dei por mim numa encruzilhada. Por um lado facilmente será um dos pontos altos do ano enquanto experiência, por outro , como jogo, é menos que mediano. O que me trouxe de volta a um pensamento recorrente sobre a natureza dos videojogos, que é que; a maior maldição que assola o meio é a forma como foi batizado. O significado da palavra “jogo” não só cria um estigma social e o minimiza junto do público (e não público) como também restringe quem cria jogos ao continuo uso de sistemas pré estabelecidos em vez de procurar, antes de mais, criar uma linguagem para a interação entre o meio e o utilizador. Claro que as coisas são como são por algum motivo, neste caso o facto dos Humanos terem uma resistência natural a aprender algo novo e preferirem o conforto de uma linguagem que já conhecem, conjugado com o nosso cérebro recompensar-nos por repetir consecutivamente a mesma ação com sucesso. O que nos levaria a um outro debate em como m

ANÁLISE - Prey

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Se fosse obrigado a ficar limitado apenas a um género de jogo até ao fim dos meus dias, com prontidão responderia immersive sims. A sua riqueza de sistemas e confiança dada ao jogador para interagir com o mundo representa, para mim, o que de melhor os videojogos têm para oferecer. Também porque, como fã de ficção cientifica, historicamente o género apresenta-se como o casamento perfeito e forma quase transcendente de experienciar universos e linhas temporais alternativas, submergindo o jogador em mundos contextualmente ricos, com as suas narrativas paralelas, abordagem sinuosa à construção de níveis e profundidade de lore . Foi portanto com gáudio que reagi à novidade de que Prey iria receber atualizações nas novas consolas da Xbox (Series S/X). Desculpa perfeita para revisitar um dos meus jogos favoritos da geração passada, finalmente sem muitos dos problemas que assolaram o seu lançamento em 2017. Acabaram-se os longos tempos de espera em ecrãs de carregamento, a elevada latência d

ANÁLISE - Haven

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  Depois de em 2016 terem alcançado algum sucesso com  Furi , um titulo de ação frenética onde combatíamos boss após boss, o estúdio francês  The Game Bakers  está agora de volta com Haven, um RPG que troca o assalto aos sentidos do seu primeiro lançamento por uma abordagem muito mais tranquila e relaxante, sem no entanto perder os traços identitários que definiram o seu primeiro lançamento; musica eletrónica de excelente qualidade e um estilo visual económico mas bastante estilizado, onde o uso criterioso de cores substitui a necessidade de texturas complexas. Antes de qualquer julgamento sobre o próprio jogo, é bom ver uma equipa pequena com uma tanta confiança na sua visão e como a mesma subsiste apesar da mudança radical de género.  Haven é uma aventura de ficção científica, com muito leves mecânicas RPG, onde controlamos simultaneamente duas personagens em fuga do seu planeta, e do seu sistema de casamentos pré-arranjados, que procuram agora construir uma vida em conjunto no plan